Se você é um investidor iniciante, uma das perguntas mais comuns ao começar a aprender sobre a bolsa de valores é: “O que eu posso negociar?”. A resposta é que a bolsa de valores oferece uma grande variedade de ativos que podem ser comprados e vendidos, e cada um deles tem características e objetivos diferentes. Neste post, vamos explorar os principais tipos de ativos disponíveis na B3, a bolsa de valores brasileira, para te ajudar a entender suas opções.
Ações
As ações são, sem dúvida, o ativo mais conhecido e popular entre os investidores. Quando você compra uma ação, está adquirindo uma pequena parte de uma empresa listada na bolsa, tornando-se um acionista.
Vantagens: Potencial de valorização do preço da ação e recebimento de dividendos (parte dos lucros da empresa).
Riscos: As ações podem sofrer grandes oscilações de preço, tanto para cima quanto para baixo, dependendo do desempenho da empresa e das condições de mercado.
Exemplos: Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Magazine Luiza (MGLU3).
Fundos Imobiliários (FIIs)
Os Fundos de Investimento Imobiliário são uma alternativa para quem quer investir no mercado imobiliário, mas sem precisar comprar diretamente um imóvel. Ao comprar cotas de FIIs, você está investindo em propriedades comerciais, como shopping centers, escritórios e galpões logísticos, que geram renda por meio de aluguéis.
Vantagens: Recebimento de rendimentos mensais isentos de imposto de renda para pessoas físicas (em muitos casos) e a possibilidade de investir em grandes projetos imobiliários com um valor inicial relativamente baixo.
Riscos: Desvalorização das cotas ou quedas nos rendimentos gerados pelos aluguéis.
Exemplos: HGLG11, KNRI11, MXRF11.
ETFs (Exchange-Traded Funds)
Os ETFs são fundos de índice que replicam o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa (o principal índice da bolsa brasileira) ou o S&P 500 (índice de ações dos EUA). Ao comprar um ETF, você está adquirindo uma cesta de ativos de uma só vez, o que proporciona maior diversificação.
Vantagens: Diversificação imediata e custos mais baixos do que investir em várias ações individualmente.
Riscos: O valor das cotas varia de acordo com o desempenho do índice, o que significa que você não tem controle direto sobre as empresas individuais.
Exemplos: BOVA11 (replica o Ibovespa), IVVB11 (replica o S&P 500).
Renda Fixa (Debêntures, CRIs, CRAs)
Embora muita gente pense que renda fixa só está disponível fora da bolsa, alguns produtos de renda fixa também podem ser negociados na B3. Esses ativos funcionam como uma forma de emprestar dinheiro para empresas ou projetos, recebendo um rendimento fixo ou atrelado a um índice.
Debêntures: Títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de longo prazo. Pagam juros fixos ou indexados a índices, como o IPCA.
CRIs e CRAs: Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) são títulos lastreados em dívidas desses setores, pagando rendimentos ao investidor.
Vantagens: Rendimento mais previsível, muitas vezes superior ao da poupança, com prazos variados.
Riscos: O risco de crédito, ou seja, a chance de a empresa não pagar a dívida. Esses ativos podem também sofrer oscilações de preço.
Opções
As opções são derivativos que dão ao investidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um ativo (geralmente uma ação) a um preço previamente acordado, em uma data futura.
Vantagens: As opções podem ser usadas como uma forma de proteção (hedge) ou para estratégias mais avançadas de especulação.
Riscos: É um dos tipos de ativos mais complexos e arriscados, especialmente para iniciantes, pois podem resultar em perdas rápidas se o mercado não se mover a seu favor.
Contratos Futuros
Os contratos futuros são outro tipo de derivativo, usado principalmente por investidores que querem apostar na valorização ou desvalorização de índices, moedas ou commodities (como milho, soja e petróleo) em uma data futura.
Vantagens: Alta alavancagem, ou seja, é possível movimentar grandes valores com um capital inicial menor.
Riscos: Assim como as opções, os contratos futuros têm um alto risco, especialmente pela alavancagem. Pequenas variações no mercado podem resultar em grandes lucros ou grandes perdas.
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Os BDRs são certificados que representam ações de empresas estrangeiras, como Apple, Amazon ou Google, mas que podem ser negociados na bolsa brasileira. Dessa forma, você pode investir indiretamente em empresas globais sem precisar abrir uma conta no exterior.
Vantagens: Acesso a empresas estrangeiras com facilidade e em reais.
Riscos: Os BDRs estão sujeitos à variação cambial (cotação do dólar) e ao desempenho das ações no mercado internacional.
Conclusão
Investir na bolsa de valores brasileira vai muito além das ações. Existem diversas classes de ativos, cada uma com suas características, riscos e oportunidades. Para iniciantes, o importante é conhecer bem cada tipo de ativo antes de investir e alinhar suas escolhas com seus objetivos financeiros e perfil de risco.
Ao diversificar sua carteira com diferentes tipos de ativos, você pode balancear melhor os riscos e as chances de retorno, construindo uma estratégia mais robusta para o seu patrimônio. Lembre-se sempre de estudar e, se possível, contar com a ajuda de um profissional antes de tomar decisões importantes.
Agora que você já conhece os principais ativos, qual deles parece mais interessante para o seu perfil de investidor?